sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

A Champra

Que sejam meus dedos em torno desta esfera,
Sob um clima de fogo e de um gemido instigante,
À servidora de Baco – a cortesã que eu fodera –
Que eu possa enfiar tudo em seu cu rutilante,

Putinha, safada, tesuda e às vezes fera,
Seja-lhe a bunda amorosa ou esfuziante,
O homem sucumbe ante à delícia que o exaspera,
E não eleva o olhar senão por breve instante.

E para o pau entrar nesse cu trava-se a luta
Cenário ébrio de tesão dentro da bela puta
De cujo buraco apertado o caralho se serve;

Tara do libertino, anseio do eremita:
O Cu! E goza-se feito louco nessa imensa marmita
Enquanto a Chica rebola essa bunda que ferve.



quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Não me repetirei mais (carta/poema de um pretendente)


Não, não me repetirei mais
enviando um ou dois beijos para a tua buceta

Não, não me repetirei mais
enviando dez ou vinte beijos para a tua buceta

Não, não me repetirei mais
enviando cem ou mil beijos para a tua buceta

Não, não me repetirei mais

Só mais um, mais dois, mais três, mais mil beijos
para a tua buceta, e nunca mais

Só mais um
e nunca mais

Nunca mais
Nunca mais
Nunca mais

Só mais um, prometo

Mas será um que valerá por mil

Prometo

Um beijo com sabor de "quero mais"

O último

Não, o penúltimo

E nunca mais me repetirei.
Nunca mais?

Nunca mais me perguntarei:
Como será lamber a buceta de uma doce e selvagem mulher?
Como será comer a buceta de uma terna e querida mulher?
Uma mulher que é um sonho?
Uma mulher que é um vulcão?

Não, nunca mais enviarei lambidas e carícias para a tua buceta

Só mais um beijo. Só mais uma, duas, três lambidas.
Para a tua buceta.
E mais não farei. E mais farei.
Com a tua buceta. Ou com a tua bundinha.
Só uma vez.
E nada mais. E mais nada.

E assim sendo, sendo assim.
Só mais um beijo, carinhosamente.
Em tua buceta - a que nunca terei, a que nunca lamberei.
A não ser uma vez. Ou duas. Ou três.
Ou quem sabe? Quem saberá?
Pois assim é a vida: nunca a comerei.
Nunca a lamberei.
A não ser em sonhos.
Ou não.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Recebi a Dona Chica no leito de minha palhoça [por Marcelo Novaes]


Recebi Dona Chica do Igapó,
aqui no Sum Paulo, no leito de
minha palhoça. Perguntei se ela
não se importava. Foi sincera:
"fudendo bem eu não me importo,
pois da roça vim tumém".

Quebrou o estrado de minha cama
com nossos pesos e nossas glosas.
Foi singela também dessa vez, e entre
"ais" e "uis", me disse: "do chão não passa".

Dona Chica do Igapó é mulher sábia.

Comendo na rua Augusta, perguntou
ao garção o que era mais fino: espagueti ou
talharino. Pediu talharino ao sugo, e comeu com
a mão. Pediu pra por o sugo no copo, e bebeu de
uma vez só, como fez com o capacete amarelo:
caninha pura do Caicó.

Garfo era pra palitar os dentes da frente: seis. Disse
que tava bom o talharino, mas a data era errada:
devia estar melhor no dia de feito, na semana
retrasada. Cuspiu no chão, pro lado direito, pra
mostrar sua indignação. [Eita mulher arretada,
essa Dona do Doido, de causar doida paixão!].

Sugeri que mudasse seus modos, diante dos olhares
do garção. E ela entendeu de vez: cuspiu do lado esquerdo,
então. Enquanto esperava a sobremesa, fez seu cigarro de
páia, com fumo de rolo cortado a naváia. Dona Chica disse
que cum ele, no Igapó, tinha capado uns cabra. Fiz cara de
dó, disfarçando a dor imaginada.

Perguntou se aquelas meninas todas, na rua,
eram mocinhas de viração. E se não tinham
casa da luz vermelha. Se faltava boa
administração.

Apontei para as boates todas, famosas.
Pasmou-se ela, dizendo ver luzes azuis,
brancas, amarelas, mas nenhuma da cor
certa, todas piscando juntas, com muitas
letras apagadas. Havia uma casa de cujo
nome queimado só restara o acento agudo.
Era Tetéa, nome bhão danado. Mas Dona
Chica achou descuido e falta de cuidado.

E disse que, em sua cidade, se segurava a
freguesia. E agradecia a preferência, como
nas padaria.

Na hora de ir embora, na rodoviária, quis lhe fazer
um presente: um cheque de despedida. Polpudo
e decente. Dona Chica ofendeu-se. Disse estar a
passeio e que, em seu coração, lugar pra cobiça
não havia. E, além do que, havia sido boa a foda e
doida a bobiça. Ficou de voltar. E disse: até mais
ver!, levantando a saia. Deixando-me entrever sua
peluda aranha: por dois dias, meu bicho de pelúcia.

Dona Chica num é amostrada, nem piranha.
É Dona de vida torta-certa e bem arranjada.

Espero que ela vorte logo, sem se demorá:
pros meus zóio não se moiá de lágrima. Ela
foi dizendo me amá. E afiando a naváia, bem
escondida. Debaixo da aranha, doida e bem...
amada.




Marcelo Novaes



sábado, 20 de dezembro de 2008

Versão de Chico Doido de Caicó para A Banda de Chico Buarque


Estava à toa na vida
O meu amor me chamou
Pra ver a bunda passar
Fazendo gestos de amor

A minha pica sofrida
Logo se levantou
Ao ver a bunda passar
Fazendo gestos de amor

O seu Romério que chupava boceta parou
O punheteiro que contava vantagem parou
E a cafetina que fazia chantagem

Parou para ver, olhar e dar passagem

A moça triste que vivia calada sorriu
A moça virgem que vivia fechada se abriu
E a mulherada toda se assanhou
Ao ver a bunda passar
Fazendo gestos de amor

(Refrão)

O velho Moa se esqueceu do balaio e pensou
Que ainda era moço pra meter nesse rabo e empinou
E a Pavitra debruçou na janela
Achando que a bunda querida era a dela

A bunda alegre toda rebolativa insistiu
E aquela foba que vivia escondida surgiu
E toda safadeza se aprontou
Ao verem a bunda passar
Fazendo gestos de amor

Mas para meu desencanto
O que era duro murchou
Tudo voltou a brochar
Depois que a bunda passou

E cada qual no seu canto
Em cada pica uma dor
Depois que a bunda passou
Fazendo gestos de amor

.
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Soneto para Chico Doido de Caicó


Gosto da lenha na xiranha
Da manjuba na minha xeba
Da chibata na ariranha
Da chibanca na minha xeca

Gosto de ficar de quatro
Pra Chico Doido me lamber
Preparando meu priquito
Para quando for me foder

Gosto de sentir meu pinguelo
Ficando duro para danar
Quando Chico o morde com zelo

E pro soneto terminar
Digo com sorriso amarelo
Que eu quero logo chumbregar

.
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Sobre minha cara preta


Meu xibiu vale muito mais
Do que mil diamantes
Convém lambê-lo e comê-lo
Com o maior carinho

.
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sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Poema para Chico Doido de Caicó



Me lembro doidinha assim
De Chico Doido de Caicó
Que pra molhá seu passarim
Queria abusar do meu fiofó
E com essas coisas eu me arretava
Enquanto ele me borogodeava
E o fodecu dele vivia contente
Só de pensar no meu luscofusco reluzente
Mas eu também era afoita
E gostosa como abiu
Dizia não praquele caba
Só pr'ele comer meu xibiu